terça-feira, 22 de julho de 2014

Míssil que mata, mas esclarece!
América Latina e a Rússia de Putin

A História jamais compreenderá como a ilusão de um 'Putin cristão pôde ganhar pé
A História jamais compreenderá
como a ilusão de um 'Putin cristão pôde ganhar pé

A criminosa derrubada de um avião comercial da Malaysia Airlines teve o efeito de um raio: matou infelizmente a muitos, mas — precisamente como fazem os raios — iluminou com uma claridade terrível um panorama então coberto de trevas.

Densas trevas, sim, que há anos vêm toldando progressivamente os horizontes de política internacional, com óbvios reflexos sobre a política interna dos países onde ainda há liberdade.

Convém que a realidade assim posta em evidência com o fulgor irresistível, mas tão transitório, de um raio, não seja esquecida pela opinião pública.

Bem ao certo, o que houve? Ainda se discutem pormenores. Mas, o fato essencial está aí: um país agressor já tinha invadido e anexado uma região de um país vizinho: a Rússia se assenhorou ilegalmente e pela violência da Criméia.

Porém, o invasor queria mais. E, para isso, vinha atiçando uma guerra subversiva com pretextos culturais e étnicos contra a Ucrânia.

Nós conhecemos fenômenos análogos na América Latina alimentados desde Cuba. Alguns crepitam semeando destruição e morte, como as FARC na Colômbia.

No Brasil, “movimentos sociais” como o MST, o CIMI, apoiados por ONGs e simpatizantes internacionais de esquerda trabalham para criar espécies de secessões, ou áreas onde não mais vigoram plenamente as leis que cimentam a unidade do Brasil.


Até a maioria dos cidadãos por razões étnicas ou culturais não podem ingressar em alguns desses territórios, submetidos a estatutos especiais.

Esses secessionismos peculiares também dividem a maioria da opinião pública nos países onde existem.

A criminosa derrubada iluminou com claridade terrível  um panorama então coberto de trevas
A criminosa derrubada iluminou com claridade terrível
um panorama então coberto de trevas
Pois para uns se trata de reivindicações de minorias culturais, étnicas ou sociais reconhecidas por leis com as quais podem até estar em desacordo. Para outros, a mão do comunismo está por trás.

O segundo grupo é olhado com desdém pelo primeiro. Comunismo? O comunismo já era! Há em verdade alguns redutos comunistas como Cuba, mas já acabarão por se adaptar ao resto do mundo.

E se houvesse dúvida ali está Vladimir Putin que sem renunciar ao passado soviético, aparece para alguns com um novo Carlos Magno vindo do Oriente para derrotar o caos de Ocidente.

Putin conseguiu persuadir certos ingênuos do Ocidente, de que ele estava promovendo na Rússia um enigmático processo de restauração mental e religioso.

Moscou estaria mudando tendo sido muito favorecida pelo supercapitalismo, pelas superindústrias e pelos superbancos do Ocidente. O supersuprimento de recursos financeiros, econômicos e técnicos de múltiplas ordens, estaria fazendo um país moderno da “nova-URSS” de Putin.

Entrementes, a Rússia está se impondo como líder político dos países emergentes conhecidos como BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Assim à testa da imensa nação russa instalou-se um personagem que – sem conversão e sem explicações – um dia passou a ser tido como grande defensor do cristianismo, dos valores básicos da vida, da família, do casamento, do patriotismo nacional: Vladimir Putin.

Similis simili gaudet: Putin  gosta de líderes chavistas e esses gostam dele
Similis simili gaudet: Putin
gosta de líderes chavistas e esses gostam dele
A História jamais compreenderá como tal ilusão pôde fincar no momento em que a velha URSS se metamorfoseava numa “nova-URSS” que vem estendendo suas garras em todos os continentes.

Haja vista a cálida e idílica recepção que foi conferida a Putin em sua recente gira por Cuba e América do Sul.

Recepção de quem? Dos líderes comuno-populistas que vem destruindo os valores que certos ilusos acham que Putin vai resgatar.

Similis simili gaudet. O semelhante se regozija com seu semelhante, diz o sábio adágio latino. Isso se evidenciou eloquentemente com gestos, palavras e silêncios astutos dos líderes “chavistas” latino-americanos além do representante castrista reunidos com Vladimir Putin!

Mas nada disto abria os olhos dos enganados.

Até que o crime contra o Boeing 777 da Malaysia Airlines que ceifou 298 vidas foi como um raio em céu sereno. O avião comercial foi atingido por um míssil mortífero, mas esclarecedor. Esclarecedor porque nos faz ver o que há de falacioso no mito do “cristianismo” humanitário de Putin.

Há pouco mais de 30 anos, em 1º de setembro de 1983, jatos Sukhoi Su-15 soviéticos derrubaram um Boeing 747 da Korean Airlines e mataram todos os seus 269 passageiros e tripulação.

Milicianos pro-Rússia exibem  boneco de pelúcia de uma das 80 crianças mortas
Milicianos pro-Rússia exibem
boneco de pelúcia de uma das 80 crianças mortas
Pretextos diversos foram aduzidos então para o criminoso atentado. Mas, após investigação ficou averiguado para a história que a derrubada fora intencional, despropositada e ordenada por Moscou.

Certas formas de impiedade têm necessidade de desafogos, e esses são inimagináveis.

Na Ucrânia, “ex”-comunistas, milicianos separatistas e batalhões de mercenários ilegais enviados desde a Rússia estavam perdendo posições.

Os planos de Putin para a anexação do leste ucraniano estavam indo água abaixo.

E na depressão do momento, desse bando emanou uma explosão que causou horror.

Que esta tremenda tragédia faça abrir os olhos dos que foram enganados pela metamorfose cosmética capitaneada pelo líder da (ex-)KGB para restaurar o império soviético sobre novas bases.

Que Deus onipotente tenha pena dos passageiros do voo MH17 vitimados sem culpa.

Que, pela intercessão de Nossa Senhora, Ele poupe aos povos que saibam amá-lO sinceramente não se deixando iludir com enganosos artifícios. Pois detrás deles se esconde um anticristianismo que prolonga o pesadelo soviético comunista.


Um comentário:

  1. Por razões de trabalho mantenho constante contato com um certo público e com frequência conversamos sobre os acontecimentos nacionais e internacionais tanto do ponto de vista temporal quanto religioso. No dia que se deu o atentado ao avião que seguia para a Malásia e, cuja noticia ainda não havia sido estampada na imprensa nacional, um interlocutor a quem respeito por sua cultura me dizia: "estamos numa nova ordem internacional admirável" o que o Putin deseja é louvável pois, a Russia não é mais aquela de outrora... manifestei a essa pessoa minha desconfiança e ao sair pensei: como este plano do Putin engana as pessoas mesmo as boas! Ele é tal que dificilmente se pode refutar a altura do que é preciso. Poucas horas depois chegava ao Brasil a trágica noticia do avião. Assim , me identifico inteiramente com este artigo de Luis Dufaaur e particularmente me toca pela transcendência nele consignada nos seus últimos parágrafos. Cordialmente Garcia de Sena

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