segunda-feira, 2 de março de 2015

Chefe de segurança da Venezuela deserta
e denuncia narcotráfico chavista

Leamsy Salazar, ex guarda-costas de Chávez e Diosdado Cabello
Leamsy Salazar, ex guarda-costas de Chávez e Diosdado Cabello


A fuga para os EUA do “número 2” da segurança chavista proporcionou informação até então confidencial, porém racionalmente dedutível do noticiário, de certos segredos do regime filocomunista venezuelano.

Até dezembro de 2014, Leamsy Salazar era o chefe de segurança de Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela. Esse órgão teoricamente deveria encarnar o Legislativo, mas na prática ecoava os solilóquios ditatoriais de Chávez como hoje ecoa os de Maduro.


Mais do que presidente da referida Assembleia, Diosdado Cabello desempenha a função – na realidade mais importante – de “número 2” do chavismo. O episódio foi objeto de matéria extensa no jornal “ABC” de Madri.

O fugitivo Salazar fora durante quase dez anos chefe de segurança e assistente pessoal de Hugo Chávez. E sempre pertenceu à Casa Militar, responsável pela guarda do presidente venezuelano.

Ele é o militar da ativa mais graduado que já rompeu com o chavismo e denuncia formalmente nos EUA as práticas delitivas da cúpula socialista venezuelana.

Salazar (destaque) disse ter visto e ouvido o presidente da Assembleia Nacional (na frente) ordenar a partida de lanchas carregadas com toneladas de cocaína
Salazar (destaque) disse ter visto e ouvido
o presidente da Assembleia Nacional (na frente)
ordenar a partida de lanchas carregadas com toneladas de cocaína
Segundo a Procuradoria Federal do Distrito Sul de Nova York, Salazar denuncia que o presidente da Assembleia Nacional é o cabeça do “cartel de los Soles”, instrumento de capital importância do “narcoestado” criado por Chávez na Venezuela, o qual atua em sincronia com Cuba.

O “cartel de los Soles” leva esse nome devido ao símbolo do sol ostentado nos uniformes dos generais venezuelanos. Ele monopolizaria o tráfico de drogas na Venezuela e teria conexões com a guerrilha das FARC e carteis mexicanos.

Pela Venezuela transitam cinco toneladas de estupefacientes por semana. 90% da produção colombiana passa pela Venezuela.

Salazar disse ter visto e ouvido o presidente da Assembleia Nacional ordenar a partida de lanchas carregadas com toneladas de cocaína e indicou os locais aonde convergem muitos milhões de dólares em efetivo, obtidos com esse ilícito.

Os dados estão incluídos na investigação levada a cabo pela Administração para o Controle das Drogas (DEA em inglês), dos EUA.

Em 11 de dezembro de 2014, um caminhão com dez milhões de dólares em moeda viva foi apreendido no porto de Puerto Cabello, o maior do país. O carregamento havia sido enviado dos EUA como pagamento pela droga.

O presidente da Assembleia disse, sem apresentar nenhuma prova, que os feixes de notas se destinavam aos partidos de oposição.

Salazar também denunciou Tareck el Aissami, governador do estado de Aragua e relacionado com redes islâmicas, bem como o irmão de Diosdado, José David Cabello, ministro da Indústria e responsável pelas alfândegas. Este último seria o administrador das finanças do “cartel de los Soles”.

Salazar disse que a lavagem do dinheiro foi feita por Rafael Ramírez, então presidente da PDVSA e atual embaixador ante o Conselho de Segurança da ONU.

Nicolás Maduro assumiu a liderança de um narcoestado socialista
Nicolás Maduro assumiu a liderança de um narcoestado socialista
As denúncias de Salazar confirmam dados fornecidos por Eladio Aponte, ex-chefe da Vara Penal do Tribunal Supremo de Venezuela, que fugiu em 2012 aos EUA e falou em delação premiada.

As referidas denúncias também corroboram a investigação das procuradorias federais de Nova Iorque e Miami sobre o general venezuelano Hugo Carvajal, chefe da Dirección de Inteligencia Militar.

Carvajal – aliás, “el Pollo” (“o frango”) – era tido como o grande operador do “cartel de los Soles”, mas os dados de Salazar colocam-no como instrumento de Diosdado Cabello.

Segundo Salazar, aviões da petroleira estatal PDVSA transportam droga até Havana, tendo os EUA como destino final, seguindo instruções do filho de Chávez e do filho de um ex-embaixador de Cuba em Caracas, Germán Sánchez Otero.

Sánchez Otero caiu em desgraça após roubar parte de um desses carregamentos.

Regime socialista e narcotráfico andam de mãos dadas e, infelizmente, rumo a crimes ideológicos piores.

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